ROCK GOSPEL?

LANÇADO ÀS TREVAS (Sobre o Rock Cristão – “Driven to Darkness”)
Por David Wilkerson

“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva…Olharão para a terra, e eis aí a angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e serão lançados para densas trevas” (Isaías 8:20,22).

A noite passada assisti a um festival de música cristã. Nunca vou esquecer o que vi, e posso verdadeiramente dizer que foi uma experiência de partir o coração. Desde que saí do concerto chorei durante horas, gemendo no espírito, sentindo a ira de um Deus santo contra o que vi.

Fui ao festival porque o “astro” que se apresentou ontem à noite tinha estado no meu escritório poucas horas antes, chorando, me dizendo o quanto amava Jesus, o quanto era sincero, o quanto queria aprender mais sobre santidade. Disse que minhas mensagens escritas o convenciam. As palavras dele soavam certas – sua atitude parecia humilde. Atendendo um pedido seu fui assisti-lo e ao seu grupo, pois assegurou que eu não me sentiria constrangido.

O meu coração está tão determinado agora a atender às gigantescas necessidades humanas de Nova York, e a minha preocupação maior no momento tem a ver com a salvação das últimas almas em relação às drogas, álcool e possessão demoníaca. Eu não queria mais me envolver com o assunto de rock and roll, heavy metal, e música punk na igreja. Eu achava que já havia falado o suficiente sobre o assunto, e disse isso ao músico quando se sentou comigo no escritório. Nós oramos juntos, e o abracei quando se despediu.

Ontem fui assistir ao show com o coração aberto, cheio de amor e misericórdia – por ele, pelos músicos cristãos, e especialmente pelos 3.000 jovens que assistiam o festival. Assisti a apresentação de duas músicas devocionais, e a seguir prestei atenção enquanto o músico testificava sobre o quê Cristo havia feito em sua vida. Pastor nenhum em lugar nenhum poderia ter falado com mais convicção e sinceridade – as palavras estavam certas. Ele falou da separação, da obediência a Jesus, de se ganhar almas, da oração, do santo matrimônio (ele era casado), de se viver uma vida santa. Orei enquanto ele falava: “Ó Senhor, eu julguei mal este músico, e seu grupo de hard rock. Talvez Tu estejas fazendo algo novo usando a música que os profanos gostam, para ganhá-los – para chamar sua atenção, para atraí-los e serem ministrados. Deus, quero me alegrar ao ouvir a Tua pregação, da maneira que for, através de qualquer grupo – se Estás presente, se Teu Santo Espírito está abençoando”.

Eu estava honestamente questionando se meus escritos sobre a música de demônios na casa de Deus era só preconceito antiquado, ou simplesmente o fato de eu não gostar de rock. Era justo fazer uma tempestade em copo d”água por nada?

Porém algo não estava bem. Havia uma luta íntima em meu peito. Eu raciocinei: “Se Satanás está camuflado de algum jeito nisso, se houver o fermento do mal – será revelado. Satanás sempre se revela, de um jeito ou do outro”.

De repente o cantor gritou no microfone: “Jesus está voltando – Ele vai explodir os céus – Prepare-se!”. A música se chamava “Rompendo os Céus”. De repente começou a sair fumaça dos aparelhos, o som ritmado mudou para um guincho alucinante, luzes estranhas começaram a piscar, e os músicos ficaram como fantasmas subindo de um pântano escuro. Era esquisito, estranho, bizarro – e a multidão ficou maluca – parecia que eles gostavam disso. (No mesmo festival um grupo violento de cabelos espetados tinha se apresentado – com o rosto pintado, movendo-se como pavões homossexuais.)

A princípio, eu não acreditava no quê estava vendo no palco. Falei alto: “Isso não pode estar acontecendo num festival cristão – vocês não podem fazer isso com o meu Jesus! Não é possível que estas pessoas estejam tão cegas; os líderes deste ministério de jovens não podem ser tão sem discernimento! Ó Deus – o que aconteceu com Tua igreja que seus líderes, seus membros, não conseguem ver o mal desta abominação?”.

Subitamente eu estava sobre o chão, chorando, soluçando, e gemendo no Espírito. Eu me sentei e dei outra olhada no palco. Fiquei horrorizado com o quê vi no Espírito. Vi imagens demoníacas subindo do palco! Ouvi Satanás rindo! Rindo dos pais cegos, dos pastores cegos, dos jovens cegos, da igreja apóstata! Foi uma manifestação visível de Satanás – pior do que tudo que eu já tenha visto nas ruas de Nova York.

Fiquei de pé, literalmente tremendo com o temor de Deus – consumido por um senso de Sua ira santa contra tanto mal. Corri para a multidão gritando com o máximo da minha voz – “Ichabod!” (ou seja, “a glória do Senhor se afastou!”), “Ichabod!”. Corri pela multidão empurrando as cadeiras, chorando, berrando ao máximo “Ichabod – isso é satânico! Parem! Deus está sofrendo!”. Fui totalmente ignorado, e acho que a maioria das pessoas achou que eu era um fanático maluco. Duvido que alguém me conhecesse – os músicos não podiam me ouvir, e a multidão era muito grande para me deixar chegar perto do palco. Eu queria pegar um microfone e gritar como um Elias: “Isso é vômito na mesa do Senhor! Onde estão vocês responsáveis, para serem tão cegos, tão mundanos, tão enganados? Que blasfêmia é essa?”

Não vou silenciar nesse assunto! Não vou me calar enquanto multidões dentre nossos jovens cristãos estão sendo enganados por lobos em pele de cordeiro, e com conversinha melosa! Amor de verdade exige verdade sendo dita.

O quê mais feriu meu espírito, e que é difícil para eu entender, é que esse grupo participante, e muitos outros, freqüentam igrejas pentecostais. O músico a que me refiro me disse que abandonou as drogas, bebidas, sexo ilícito e apresentação de rock and roll quando foi salvo. Cortou o cabelo comprido feminino, parou de se vestir como exibicionista, e começou a mudar todos seus caminhos. Foi um pastor que o encorajou a “parar com esse jeito quadrado, e usar o rock and roll para alcançar os garotos”. Um mestre, na faixa dos sessenta, às vezes viaja com eles, ensinando e os encorajando nos métodos maus. Segundo esse mestre, o rock and roll será “a música normal em todas as igrejas pentecostais e evangélicas”.

Estou no meio da noite, e não consigo dormir! Não consigo parar de chorar por dentro. Estou ligado a Deus em meu escritório, pedindo diligentemente que Ele me mostre o quê está acontecendo, pois há algumas horas vi alguns milhares de jovens cristãos, de mãos levantadas, achando que era Jesus, quando era seguramente o diabo. Será que a igreja – ou aquilo que o homem chama igreja – se desviou tanto, que não há mais nenhum tipo de discernimento? Será que Deus desistiu de alguns que resolveram trazer práticas diabólicas para o âmbito da adoração?

Agora me pergunto: “Quem ousa ensinar um Jesus como esse – um Jesus que faz que não vê, que faz vistas grossas ao erro e ao engano? Estão aprendendo a Jesus Cristo de uma maneira tão grosseiramente errônea! Quê Jesus estão pregando?”

Deus se importa

Uma palavra abençoadora para seu coração?

Extraído: A Viagem do Outro Cristão. Francis J.Roberts. Ed.A.D.Santos

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