“Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa” – Mateus 24:43.
Talvez poucas pessoas não saibam que o casamento é uma criação de Deus e perfeito em si mesmo. Sim, porque tudo o que Deus fez – faz e fará é perfeito. “Tudo fez formoso em seu tempo” – (Eclesiastes 3:11).
Ao criar Adão, o Senhor deu-lhe uma enorme responsabilidade para cuidar, nada mais nada menos do que toda a criação. (Genesis 1 e 2). Os amados (e amadas) podem imaginar que tão grande responsabilidade? Afinal, ele (Adão) deveria cuidar de toda criação! Dentre estas responsabilidades, destacava-se a missão de dar nome a todos os animais.
Durante esta missão, Adão começou a sentir solidão ao observar que entre todos os animais, não havia um(a) que servisse de companhia. Afinal, Adão era o único ser humano sobre a face da terra.
Observemos: “Assim Adão deu nomes a todos os animais domésticos, às aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.” (Genesis 2:20).
Adão com uma enorme missão nas mãos, mas não tinha uma companheira que o ajudasse, que conversasse com ele, que admirasse seus feitos… que comungasse com ele. Então disse o Senhor Deus: – “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.” (Genesis 2:18).
Deus contemplou o coração do homem Adão e lhe deu a resposta aos inúmeros (seus) questionamentos: “A MULHER“. Uma mulher que lhe fosse companheira a altura e que o ajudasse, o entendesse, o alegrasse, o amasse… o acompanhasse!
Aí está um princípio a se destacar: O COMPANHEIRISMO.
A família foi criada por Deus para que um ajude o outro. Portanto, precisa haver parceria, companheirismo e reciprocidade na família.
A expressão usada por Deus “auxiliadora idônea” e muito mais que significativa do que pensamos. O termo hebraico usado para definir “auxiliadora” foi ezer, que significa “alguém que está junto de”, “alguém que está ao lado de”, “pronto para ajudar”. Para “idônea” o termo hebraico foi neged, de difícil tradução, porém com um sentido de “corresponde a” , “apropriado para”. Observemos então o que o Senhor quis dizer com “auxiliadora idônea” . É “alguém igual” que está ao seu lado para te ajudar. Alguém que se encontra em “submissão” ou seja, alguém que está em lado a lado a outro alguém que se encontra numa missão! (Não na frente ou atrás; ou na esquerda ou na direita); mas, lado a lado.
Podemos notar que isso está assim estabelecido por Deus desde o princípio, ou seja, o companheirismo deve ser algo inseparável no casamento. Um não sobrevive sem o outro. Aliás, quando a Palavra fala em “jugo”, na realidade está falando (dando a entender) uma ganga que se coloca, por exemplo, no pescoço de dois bois. (Portanto, lado a lado)
A Palavra afirma em Eclesiastes 4:9-12:
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.”
Em dias como os nossos, onde a correria (muitas desnecessárias) e inúmeras atividades (muitas supérfluas) tem invadidos os lares, a família precisa resgatar este princípio – O COMPANHEIRISMO – bem depressa.
Quantos lares cônjuges estão sofrendo o pior dos sentimentos, que é a solidão a dois? Vivendo debaixo de um mesmo teto, compartilhando às vezes até mesmo a cama, mas separados por egoísmos e outros sentimentos perniciosos, que deixaram com o passar do tempo invadir seus corações… antes um vaso perfeito, agora, cheio de trincas e muitas delas causadas pelos desapontamentos que florescem a cada dia. Palavras dóceis foram trocadas por ásperas; atitudes meigas por ignorância… Onde isso vai parar? Será que tem algum lar que resiste muito tempo a essas tempestividades?
O companheirismo cedeu lugar à acusação, a competição, a angustia, a depressão, a falta de confiança, onde ao surgirem problemas é prático dizer: “Você foi o(a) culpado(a)?”, enquanto o correto seria perguntar: “Como posso lhe ajudar?”
Quando a pessoa se casa, espera sempre que o cônjuge preencha algum tipo de vazio que há dentro de si. Às vezes falta de carinho, afetividade, ternura, etc, mas se esquece de que o outro provavelmente vem para o casamento possuindo as mesmas deficiências e que também devem ser supridas. Quando se casa pensando em si, abre-se brechas para os desentendimentos e, fatalmente a busca de “águas roubadas”, porém se se casa pensando em preencher o cônjuge, essa reciprocidade é abençoada para ambos. Nunca o egoísmo pode encontrar guarida no relacionamento entre duas pessoas. Lembre-se …”o amor não busca seus próprios interesses…”
Mas como falamos acima, a sociedade hodierna vive uma inversão de valores tão grande, que vende um produto falso como se fosse um verdadeiro e despreza o valor do verdadeiro, portanto, este princípio parece cada vez mais estranho. Porém, como cristãos que somos, precisamos reafirmá-lo, que acima de tudo é divino para a família brasileira. “Jesus Cristo se manifestou para destruir as obras do diabo”. I João 3:8.
Um dia, perante Deus, diante do altar foi firmada uma aliança…”Na riqueza ou na pobreza – na saúde ou na doença…” o companheirismo é essencial para a vida do casal. É a vitamina que fortalece a união.
Comece hoje mesmo a resgatar o companheirismo em seu lar, pois outros podem ajudar, porém só você pode fazer isto por você mesmo(a).
Qual foi a última vez que você demonstrou ao seu cônjuge que o ama? O que está esperando? O amor deve ser cultivado, assim como aquela plantinha que necessita de cuidado dia após dia…dia após dia…
Frases como: Você me perdoa… e Eu te perdôo… agem como uma liga em meio a esse companheirismo, mas é preciso usar os “tijolos” – do respeito, da ternura, da fidelidade, da bondade, do “ouvir”, da consideração, do carinho, da relação íntima, etc, para “construir um bom relacionamento, entretanto, se não estiver alicerçado em Jesus Cristo, fatalmente ruirá…mais cedo ou mais tarde!
“A mulher foi feita de uma costela tirada do lado de Adão; não de sua cabeça para governar sobre ele, nem de seu pé para ser pisada por ele; mas de seu lado, para ser igual a ele, debaixo de seu braço para ser protegida, e perto de seu coração para ser amada”. Matthew Henry.
por Vilson Ferro Martins – www.vozdotrono.com.br – 02/06/2010.