D.I.U´s – DIAFRAGMA INTRA UTERINO:
São inofensivos? São abortivos?
Alguns fatos para uma decisão devidamente informada:
ESCOLHER COM RESPONSABILIDADE:
Os que desejam regular os nascimentos têm, modernamente, muitos métodos ao seu alcance. Podem usar sua liberdade bem ou mal, ao escolhê-los. Mas como seres racionais, estão obrigados a saber do que se trata. Do contrário sua escolha não é razoável. A informação deve ser proporcionada de forma correta. A decisão depende do casal sobre o qual recai a responsabilidade.
Quando se trata de trazer criaturas ao mundo, a emoção tem um papel importante na escolha de um método de regulação da fertilidade. Em geral, não há suficiente conhecimento científico sobre como atuam esses métodos. Por isso acreditamos ser útil dizer algo sobre o DIU.
O QUE É O DIU?
É um corpo estranho, de forma variada, que se introduz no útero com fins de evitar a gravidez.
É feito, algumas vezes, de material plástico (polietileno). Modernamente, adicionam-se substâncias químicas ativas como progesterona ou cobre que, gradualmente, são liberadas e produzem reações locais para conseguir maior eficácia.
COMO ATUA O DIU?
O DIU não impede a passagem do espermatozóide em sua subida para as trompas, órgão onde se dá a fecundação ou concepção. A ação mais importante do DIU tem lugar, ao contrário, quando o bebê recentemente concebido (app. 5-7 dias) deve implantar-se no endométrio (camada interna do útero). Por isso é que o DIU é quase sempre um ABORTIVO.
SERÁ O DIU INOFENSIVO?
Em um Boletim Médico da IPPF (promotores desse dispositivo) as usuárias do DIU são observadas nos seguintes casos:
1) Perfuração da parede do útero.
2) Sangramento ou dor que obriga sua retirada. “A anemia piora nas mal nutridas com o uso do DIU”, devido ao maior volume de sangue que perde em cada menstruação.
3) O uso do DIU aumenta o risco de infecção pélvica. Os sintomas desta são: fluxo vaginal, dor ou sensibilidade abdominal, sangramento anormal e febre. Por isso o uso do DIU em uma mulher sem filhos pode colocar em risco sua fertilidade futura. (1)
4) Se grávidas, são maiores os riscos de gravidez ectópica, de aborto espontâneo, de complicações sépticas no segundo trimestre da gestação e de parto imaturo ou prematuro.
CONTRA-INDICAÇÕES
Os DIUs – como qualquer outro método anticoncepcional – têm contra-indicações. Algumas são as seguintes:
1) Infecção genital (fluxo)
2) Doença inflamatória pélvica presente ou passada.
3) Gravidez ou suspeita de estar grávida.
4) Antecedentes de gravidez ectópica.
5) Sangramento genital anormal.
6) Suspeita de processo maligno genital
7) Malformações congênitas do útero ou fibromas uterinos.
8) Cesárea prévia ou intervenção cirúrgica quando perfurada a parede do útero.
“Calcula-se que, atualmente, no mundo inteiro usam o DIU 50 milhões de mulheres”. Esse estudo omite a percentagem de gravidezes nas usuárias do DIU.
O DIU É ABORTIVO?
Diz o Boletim Médico da IPPF (Dez/81)
“As observações recentes indicam que pode conseguir-se contracepção eficaz pós-coito, inserindo-se um DIU que contenha cobre nos 5 dias após o ato sexual sem proteção, ocorrido na metade do ciclo”. Atua, então, na cavidade uterina impedindo a nidação do óvulo fecundado.
O QUE É UM ABORTIVO?
É um agente que impede o desenvolvimento da criatura concebida.(1) O Ministério da Saúde dos EE.UU. definiu o aborto da seguinte maneira:
“Todos os meios que impedem a viabilidade do zigoto em qualquer momento (entre o momento da fertilização e o término da gravidez) constitue, no sentido estrito da palavra, um procedimento abortivo.”(2)
PORQUE O DIU É ABORTIVO?
Os DIUs não obstruem o acesso dos espermatozóides nem impedem a ovulação.
De acordo com a Comissão de Reprodução Humana da Associação Médica Americana:
“A ação dos DIUs parece ser um simples fenômeno local. Estes impedem a nidação de um óvulo já fecundado o que é aceito como mecanismo mais provável de sua ação.”(3)
O termo nidação significa a implantação da criatura que se acaba de conceber, no útero.
A mucosa que recobre a cavidade uterina se chama endométrio. Ali o embrião (de quase uma semana de existência) encontrará a nutrição para seu eventual desenvolvimento (4,5).
Numa pesquisa exaustiva que abrangeu mais 400 artigos sobre esse problema do DIU, o Dr. Thomas Hilgers, da Universidade de Creighton (Nebraska), tirou as seguintes conclusões:
“À luz das recentes definições médicas com respeito à anticoncepção, aos abortivos, à gravidez, à concepção e ao aborto, a ação primária do DIU deve classificar-se como ABORTIVA”(6)
COMO É QUE O DIU IMPEDE A IMPLANTAÇÃO OU NIDAÇÃO?
O Dr. Th. Hilgers chama a atenção de possíveis explicações de como atua o DIU para impedir os nascimentos. Menciona:
1) Incremento das contrações uterinas.
2) Processo inflamatório crônico.
3) Produção de anticorpos e outras substâncias que destroem o embrião quando entra no útero (7).
EXISTEM OUTRAS EVIDÊNCIAS DO EFEITO ABORTIVO DO DIU?
Sim. “Gravidezes sub-clínicas têm sido registradas em 12,44% dos ciclos de mulheres portadoras do DIU. Afirmação feita pelo Dr. Markku Seppala do Hospital Geral Universitário de Helsinski (8).
Os resultados de 18 estudos em pacientes com DIU demonstraram que, quando se produzem gravidezes apesar de se ter colocado o DIU, 28,6% abortaram espontaneamente e outros 8,4% foram ectópicos que necessitaram de cirurgia. Portanto, em termos médicos, os DIUs contribuem para uma perda embrionária de 37% das gravidezes. (9)
OS DIUs PODEM AFETAR A SAÚDE DA MULHER?
Sim. O DIU pode ser causa de sérias complicações: hemorragias genitais, infecções pélvicas, perfurações do útero, gravidezes ectópicas; tudo isso pode ocasionar a esterilidade. Em alguns casos terá que se recorrer a grandes cirurgias. A morte pode acontecer em alguns casos. (10,11, 12)
O folheto de um fabricante de DIU consigna 31 efeitos negativos provenientes de seus DIUs. (13)
Em um Boletim Médico da IPPF, manifesta-se a crescente preocupação existente nos EE.UU. pelo uso do DIU. Numerosas ações judiciais contra os fabricantes, por parte das usuárias prejudicadas por alguns dos efeitos nocivos antes mencionados, fizeram com fossem retirados do mercado: o Asa de Lippes (espiral), o Cu-7, CU-T 200. (14)
CONCLUSÕES PRÁTICAS
1) Seja qual for a incerteza que possa existir com respeito a atuação do DIU, não há dúvida que consegue seu objetivo anti-gravidez como um agente de aborto precoce. É um equívoco chamar o DIU de “contraceptivo”. Ele é abortivo!
2) Toda mulher que valoriza a vida de seu filho que vai nascer evitará o DIU como método de planejamento familiar. Colaborará, se usa, no assassinato de seu próprio filho. As usuárias de DIU podem chegar a ter um aborto por mês.
3) Os DIUs são uma grave ameaça para a saúde da mulher e para sua capacidade de ter filhos no futuro. O dano poderá ser irreparável.
NOTAS:
1) Ralf G. Rahwan: “Pharmacological approches to birth control”. Part I: U.S. Pharmacist, 10/1977.
2) Public Health Service. Leaflet Nº 1066. US Dpt. Health, 1963.
3) “Evaluation of Intrauterine contraceptive devices”, Journal of the American Medical Association, 199 – Feb/1967.
4) Rob. A. Hatcher et al. “Contraceptive technology: 1978/79”.
5) Rob. Edwards: “The physiologist and contraception”, 1971
6) Th. W. Wilgers: “The IUD: contraceptive or abortifacient?”. Minnesota Medicine, 6/74.
7) Th. W. Hilgers: reprinted in “Marriage and Family Newsletter”. (1974).
8) Makku Sepala et al. “Pregnancy-specific beta-glycoprotein and chorionic gonadotropin-lige inmunoreactivity during the latter half of the cycle in women using intrauterine contracpetion”. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. 1978
9) Th. Hilgers. Minnesota Medicine, op. cit., 497
10) “Pelvic Inflamatory desease in IUD users”. FDA Bulletin, 1978. Também: “Reproductive mortality”, British Medical Journal, 1979.
11) Christopher Tietze: “Intrauterine contraception a research report”. Studies in Family Planning, 1968.
12) Physicians Desk Reference, 1979
13) Searle, Laboratories. “For the Pacient”: “Cu-7 Brand of IUD. Copper Contraceptive, 1977.
14) Boletin Médico da IPPF, Vol. 20: Número 1: Abril de 1966.