“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” – 1 Pedro 1:16.
por Vilson Ferro Martins
A revista IstoÉ n° 2201 de 13 Jan. 2012 noticiou o seguinte:
“O governo da Grécia criou lei pela qual p3d0fil0s, cleptomaníacos e exibicionistas sexuais serão daqui para frente reconhecidos como portadores de deficiência e de necessidades especiais – isso lhes dá o direito de receber, a título de indenização, parte da dotação do dinheiro público destinada a pessoas incapacitadas para o trabalho. Isso já acontece com piromaníacos e sadomasoquistas. Todos esses transtornos de comportamento são vistos na Grécia como enfermidade”.
SIMPLESMENTE ABSURDO, NÃO?
Mas quero ressaltar outro “absurdo” que, infelizmente tem acometido muitas famílias brasileiras e esse absurdo não tem feito acepção de famílias, portanto, encontramos muitas “famílias evangélicas” sofrendo dessa maldita enfermidade.
São muitos os e-mails recebidos com depoimentos, lamentos, pedidos de orações e comentários sobre um assunto que tem assolado a família brasileira (e mundial) e, este assunto é o “cyber adultério” (denominação já emprestada da própria internet).
Meditando para se chegar numa explicação bíblica do porque homens e mulheres que se intitulam “cristãos” não resistem à tentação em dar um “click” que os conecta instantaneamente ao inferno, ao invés de manterem a compostura espiritual – a santidade – e optarem para que o “click” seja ao céu, cuja ação instantaneamente os conecta com o grande empreendimento celestial. E o que dizer das mensagens de texto que em muitos casos faíscam qual flechas incendiárias espalhando sua destruição de modo sorrateiro em muitas famílias?
Faço as seguintes considerações:
Será que pessoas casadas (não que esteja certo os solteiros praticarem as mesmas concupiscências, porém, o enfoque são os casados e casadas) que se colocam diante do seu computador (leia-se: computador, notebook, Ipod, Celulares, tablets, etc.) e pensam furtivamente esconder suas atividades do cônjuge, não entendem que isso abre brechas espirituais e enormes fissuras em seu relacionamento matrimonial e acarreta grandes perdas ao seu cônjuge, família, igreja e sociedade… e põe em risco sua eternidade?
Será que a pessoa ao praticar tais ações engana-se a si mesma crendo que Deus não está observando a prática da concupiscência?
Será que muitos deixaram de acreditar em pecado, céu, inferno, eternidade, mandamentos, ordenanças?
Ora, sejamos razoáveis. Deus colocaria algo em Sua Palavra e não velaria sobre a mesma para cumpri-la? (Jeremias 1:12).
Lógico que sempre encontraremos os que preferem seguir a estrada do: “Não tem nada a ver”; “Está tudo sobre controle”; “Só faço isso para apimentar meu relacionamento”…
Para o diabo NÃO há diversão, não há brincadeira, não há inocentes. Ele – o acusador – sempre está rugindo como leão procurando alguém para tragar…(1 Pedro 5:8); e a melhor das intenções dele é roubar, matar e destruir; portanto, baixar a guarda diante de práticas que possuem sua marca fatalmente trará roubo, destruição e morte. Inevitavelmente!
Será que tais pessoas não atentam para o temor do Senhor e de Sua Palavra que isso não ficará impune e que terríveis consequências já de imediato são desencadeadas no plano espiritual e que redundarão em graves acontecimentos no plano material?
Mas afinal, o que leva pessoas agirem dessa maneira ignorando inúmeras advertências do nosso Senhor e Salvador?
a)Seria um mau casamento? Não, a julgar pelos casos que conhecemos!
b)Problemas de saúde? Financeiros? Hormonais? Psicológicos? Em absoluto! Estes e outros argumentos diabolicamente inspirados e usados não se constituem em licença para adulterar, fornicar e praticar concupiscências (física ou ciberneticamente – Mateus 5:28), portanto, tudo nos leva crer que o motivo é espiritual e eu vou procurar explicar.
Pergunto: Afinal, muitos dos casamentos afetados por essa prática seriam ou não afetados, caso não houvesse um computador/celular/Ipod/tablet e a internet em mãos?
Onde estão os valores cristãos de cada um? Eles (os valores) mudaram assustadoramente na presente geração. O que importa hoje é o que se pode ofertar e não o ofertante, portanto o que “EU” represento dentro da vontade de Deus e que conta para a salvação é sumariamente ignorada. Assim, se minha contribuição é razoável, conto com prestígio que não levantam suspeitas. Alguém certa vez escreveu: “Quando o “eu” não é negado, ele é necessariamente adorado” (Anônimo).
O que é pecado? Pelo visto, algo que, assim como em muitas espécies de animais se encontra em extinção. Não porque não exista, mas porque o homem simplesmente o ignora. A teologia moderna e humana tem mudado conceitos fundamentais para se viver em vitória como: “o que é pecado”, por exemplo, seguido por outros como: “o que é santificação”, “justificação”, “redenção”…sendo eles a base do Evangelho de Cristo e fundamentais para um viver santo e desviar-se do mal. Opa!!!”desviar-se do mal?”, mas quem diz que um torpedo aqui, um MSN lá e um xaveco acolá de maneira cibernética é tão mal assim?
Ora, se a PALAVRA DE DEUS nos orienta a fugir da “aparência do mal”, então, o que devemos considerar e praticar estando diante do próprio mal?
Olha, se você pratica algo dessa natureza, você se encontra em “grandes trevas” e seu fim será o inferno, caso não se arrependa e saia desse caminho. Não vou colocar só a referência, mas, o texto, pois é muito importante: “Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mateus 6:23).
Os olhos possuem um magnetismo com capacidade de atração fora dos padrões normais. O que os homens tem feito nos tempos modernos é não dar ouvidos as inúmeras asseverações da Palavra para manter-se longe da concupiscência e assim IGNORAR totalmente o valor das alianças que possuem (se é que possuem) com seu Deus e com seu cônjuge. Principalmente, também, quando essa aliança envolve desafios que nos conduzem a abrir mão de coisas que, são agradáveis aos nossos vorazes e consumidores olhos. …Quando eu vi não pude resistir e acabei clicando…acabei passando meu e-mail…acabei trocando um torpedo…acabei cadastrando no MSN… Quando eu vi fui atraído(a). Quando me dei por mim fui como que hipnotizado(a) por tamanha beleza…
Não podemos esquecer que, Eva também viu que o fruto da árvore era agradável aos olhos e isso lhe custou à morada eterna no Jardim das delicias, não somente a ela, mas toda sua família e SUA DESCENDENCIA.
A imagem é o maior ponto de exploração diabólica que paira sobre a humanidade nesses tempos modernos, e não é por acaso que o maior símbolo do anticristo será “uma imagem que terá vida”, (Apocalipse 13:15, portanto, algo que se vê, assim a prática do “ver” tem uma estreita relação com a transgressão. Ou seja, “VER” o que é proibido ao cristão. E o que é, digamos, proibido? Aquilo que é condenado e condenável. Aquilo que traz desgraça para si próprio, para a família, para a igreja e para a sociedade. O adultério e a fornicação é coisa condenada por Deus. A maledicência é coisa condenada por Deus e traz condenação. A mulher ou o homem do próximo é comprovadamente um veículo que traz desgraça para dentro de uma família. A COBIÇA, portanto, é coisa condenada por Deus e traz condenação. “Que diremos pois? É a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência (ou os desejos carnais), se a lei não dissesse: Não cobiçarás.”(Romanos 7.7).
Considerações finais:
Por que homens e mulheres que se intitulam crentes, ocupam cargos nas igrejas, cantam no louvor, ministram, pregam, possuem famílias “alicerçadas” e muitas vezes até invejadas… enfim… aparentemente mantendo fina comunhão com Deus ESTÃO CEDENDO ao canto da sereia cibernética?
Concluo com as palavras do dr. Lloyd-Jones, em seu livro “Discernindo os tempos”, pois, em minha humilde opinião tem tudo a ver com os fatos que temos constatado:
a) A revelação de Deus foi posta fora dos púlpitos e a filosofia foi introduzida neles. A autoridade da Bíblia foi virtualmente negada, e em seu lugar entraram as sugestões daqueles que oferecem uma subjetividade derivada de algum gênio religioso ou da psicologia moderna. Ou seja, a Palavra de Deus para os tais já não tem o peso que tinha. Já não é martelo que esmiúça a penha, tampouco espada bigúmea que penetra tão profundamente. O problema para esses fracos na fé não é esquecimento da Bíblia, ou da linguagem e terminologia da mesma, mas o estado em que se acham seus corações. Em trevas!
b) No Novo Testamento somos advertidos a respeito do anticristo e de como podemos reconhecer o “espírito do anticristo”. É-nos dado saber daqueles que “saíram de nós” e que “porém, não eram de nós” (I João 2:19).
O Novo Testamento não reconhece terreno neutro nestas questões. Há muita coisa em jogo. A glória de Deus está em envolvida, e não simplesmente os destinos eternos da humanidade. É lamentável que alguém abra mão da aliança eterna com Deus por práticas que trazem felicidade momentânea, mas que colocam, além da família, eles próprios em rota de colisão com a perdição eterna.
c) Hoje estamos tentando ter moralidade, justiça e uma boa concepção ética sem piedade, e os fatos estão provando diante de nossos olhos, que simplesmente não se pode fazer isso. A Epístola de Romanos cap. 1. versículo 18 diz: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens”. Notemos a ordem – a impiedade primeiro, a injustiça em segundo lugar, portanto, se o homem ou a igreja ou o povo não é piedoso, nunca será justo. Não se pode ter justiça sem piedade.
Quando olhamos para a igreja primitiva e para os reformadores, observamos que eles encontraram a dinâmica da soberania de Deus, que os norteou e os ensinou a não abordarem os seus problemas de maneira subjetiva, como geralmente somos propensos a fazer.
A preocupação deles não era: – como posso conseguir um pouco de ajuda; – como posso obter cura física; – como posso receber orientação; – como posso ter paz e felicidade; – como posso conseguir um amigo que me ajude na minha solidão? Não! Eles se viam diante deste Deus soberano e todo-poderoso, e a questão por excelência era:
– COMO POSSO SER JUSTO AOS OLHOS DE DEUS?
Que esta palavra ecoe em cada coração e produza a vida necessária para que cada homem, cada mulher, cada família sejam cercados com sebe celestial de maneira que o diabo não encontre brechas para trazer seu lixo para dentro das mesmas e não nos esqueçamos de que tais brechas “podem ser” protagonizadas por nós mesmos.
por Vilson Ferro Martins, em Janeiro, 2012.