Principio o final desta mensagem apelando àqueles irmãos amados, que sofrem de pânico, para não mais se culparem. A culpa agrava o problema.
O motivo de insistir neste assunto é a facilidade com que os crentes – que padecem do pânico – se culparem por ser o que são. Não bastasse isso, ainda os “conselhos molestos” que nada ajudam. Só atrapalham. Aí, para quem tem a Síndrome do Pânico, viver se culpando é “anormal”. “É certo que a culpa é uma realidade na vida humana, uma vez que somos seres como uma dimensão psicológica, isto é, com psique que envolve a mente, à vontade e as emoções, e até mesmo o próprio corpo, produzindo, em muitos casos, doenças psicossomáticas, ou seja, doenças físicas com causas emocionais, psicológicas”. (Conflitos Humanos – Soluções Divinas – Pr. Manuel Nascimento Pereira de Souza – JUERP).
Se é como vimos no trecho inserido do autor citado – uma realidade na vida humana. A culpa imposta por si e pelos outros, certamente só agrava a doença. Ela faz com que nos sintamos “gafanhotos” diante do problema. É necessário compreender que a Síndrome do Pânico é uma doença. Está provado. Não pense que é falta de fé, incredulidade, “coisa ruim” (obra maligna ou maldição) ou outro tipo de problema espiritual. Não! Convém salientar que os verdadeiros problemas espirituais, é claro, são, na maioria das vezes, pecados que carecem de confissão. Se alguém sofre de pânico e ainda tem pecado oculto, evidentemente o quadro se agrava. Todavia, insisto em deixar claro, é revelar a Síndrome como enfermidade.
O que é preciso ter em mente é que Jesus nos ama como somos. Seu sangue nos purificou e a nossa culpa Ele levou sobre si. Agora, que fique bem claro, crente também fica doente. Pode ter Síndrome do Pânico. Mas tem cura, graças a Deus. E se não tivesse, ficaríamos agarrados às palavras do Senhor a Paulo: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza…” – (2 Coríntios 12:9a).
No bom livro A CURA DE DEUS NOS DIAS ATUAIS, W.W. Orr escreveu o seguinte: “… A enfermidade e outros males de que sofremos entraram no mundo por causa do pecado de Adão. Antes daquele triste acontecimento não havia nem pecado nem enfermidade. Porém, o pecado de Adão foi diferente de todos os outros pecados. Jamais houve outro pecado igual àquele. Foi aquele pecado que abriu as comportas de todas as enfermidades que engolfam este mundo pecaminoso. Neste sentido, a enfermidade resulta do pecado, de um pecado só – (Romanos 5:12). Entretanto, faltaríamos com a verdade se disséssemos que toda enfermidade atual se origina em pecados pessoais. Há muitas enfermidades que não têm a menor conexão com o pecado presente. Deus pode enviar a doença com a finalidade de ensinar algumas lições, até, OU talvez, para Sua própria glória. O descuido e os acidentes podem provocar problemas sérios. Algumas enfermidades podem promover a obra do Senhor Jesus com melhores resultados que a própria saúde. Algumas vezes, pode até guiar para a salvação”.
“… Devemos ter cuidado, porém, para não afirmarmos categoricamente que toda enfermidade é fruto do pecado, porque isto não é verdade. Algumas enfermidades não têm a menor ligação com o pecado pessoal. O Senhor Jesus estabeleceu esta verdade no caso do homem que nasceu cego – (João 9), ensinando que nem ele nem seus pais haviam pecado para que ele tivesse nascido cego. (A Cura de Deus nos Dias Atuais; W.W.Orr, Imprensa Batista Regular).
Do trecho inserido da citada fonte, quanto a Síndrome do Pânico, podemos dizer que não é uma doença decorrente de um pecado pessoal. Agora, não há como negar que o pecado pessoal não confessado, sem dúvida alguma, agrava a doença. E como agrava! Se há pecado o Espírito Santo convence. Logo, o passo seguinte é fazer como o salmista: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultarei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado! – (Salmos 32:5).
Nada melhor do que um sincero “examine-se a si mesmo” para saber se há um pecado pessoal. Insisto em afirmar que a Síndrome do Pânico não é conseqüência de tal pecado, mas piora os seus efeitos na vida do enfermo quando há pecado oculto.
Não havendo pecado oculto o fardo patológico fica menos pesado. É hora de partir para a cura. Ajuda pastoral ou médica. Mais médica por se tratar de uma patologia. Ficaria Deus entristecido porque buscamos ajuda na medicina? Volto ao livro de W.W.Orr, onde ele diz: “Certa ocasião Jesus teve a oportunidade de falar de médicos, quando disse que quem está são não precisa de médico, mas sim os enfermos. E enquanto expressou essas palavras nãos fez qualquer censura aos doutores em medicina. Além disso, devemos recordar a ajuda do médico amado, Lucas, que, segundo as aparências, atendia o apóstolo Paulo – (Colossenses 4:14). Podeis examinar toda a Bíblia Sagrada cuidadosamente, e não encontrareis a menor palavra de condenação à profissão médica. Todavia, os médicos ou qualquer outra coisa, estariam fora de lugar se ocupassem nas nossas vidas o lugar que pertence exclusivamente a Deus”. (A Cura de Deus nos Dias Atuais; W.W.Orr. Imprensa Batista Regular).
O que deve ficar claro ao salvo é a necessidade de buscar, em primeiro lugar, a orientação de Deus, e, depois, após orar sobre o assunto, a ajuda de um médico amigo. A doença tem cura, ínsito.
Assim sendo, crentes fiéis que sofrem da doença precisam de ajuda. Do pastor, palavras de encorajamento e conforto à luz das Escrituras. Do médico amigo, a medicação adequada ao quadro patológico. A cura virá não há dúvida. O pânico deixará de ser um “cavalo selvagem” que sempre o derrubou da sela. Estará domado, e o irmão, com a graça de Deus, terá uma condição de vida bem melhor. E, como disse o apóstolo Paulo: “Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder” – (Efésios 6:10).
Ao citar o texto total ou parcialmente, CITAR AUTOR e FONTE!
Texto gentilmente cedido pelo autor pastor José Infante Jr – Primeira Igreja Batista Bíblica de Vitória da Conquista. Abril/2000
Caixa Postal 20 – Cep: 45.000 – 000 – Vitória da Conquista – BA.
por Vilson Ferro Martins – em 15 de junho 2010.