TABELINHA:
A tabelinha é conhecida também como método do calendário, pois a mulher de acordo com o histórico de suas menstruações,identifica o seu período fértil através do calendário. Sabendo-se disso, o casal, que quer evitar um gravidez, consegue saber quando não devem manter relações sexuais.
MÉTODO
1. A mulher deve anotar num calendário a data em que começa e termina a menstruação.
2. Contar o primeiro dia da menstruação (1.o dia do ciclo) até o dia que antecede a próxima menstruação (último dia do ciclo). Isso é o chamado “Ciclo Menstrual”.
3. Para saber qual é o período fértil:
• Subtrair 18 do ciclo mais curto – obtém-se o início do período fértil;
• Subtrair 11 do ciclo mais longo – obtém-se o fim do período fértil;
Exemplo:
• Ciclo mais curto: 26 – 18 = 8
• Ciclo mais longo: 35 – 11 = 24
Utilizando-se desse exemplo, o período fértil da mulher é o do dia 08 ao 24 de cada ciclo. Portanto se não quiser engravidar, a mulher não deve ter relações neste período.
As desvantagens de se usar a tabelinha é que é preciso muita disciplina, além de precisar anotar seis meses das menstruações antes de começar a usar a tabelinha. Outra questão é que a mulher tem que ficar muito tempo sem manter relações.
Existe mulheres que não devem usar a tabelinha como método anticoncepcional:
• as que tem ciclos irregulares;
• que estão amamentando;
• quem precisa de alta eficácia anticoncepcional por motivos de saúde;
• se a diferença entre o ciclo mais curto e o mais longo for de 10 dias ou mais.
EFICÁCIA: as falhas no método variam entre 14 a 47%.
MÉTODO DE BILLINGS OU DA OVULAÇÃO:
Esse método consiste em identificar o período fértil através do muco cervical, que é uma secreção parecida com a clara de ovo, produzida no colo do útero.
A mulher precisa observar a presença do muco cervical: após o fim da menstruação começa um período seco de 2 a 3 dias. Após essa fase aparece um muco esbranquiçado, turvo e pegajoso que vai se tornando cada dia mais elástico e lubrificante (ao se esticar entre os dedos parece um fio). O último dia do muco com essas características se chama ápice do muco – isto significa que a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer dentro de mais ou menos 48 horas. No quarto dia após o dia do ápice começa o período infértil, que dura até a próxima menstruação.
Da mesma forma que a tabelinha, esse método precisa de muita disciplina e de longos períodos sem poder ter relações sexuais (caso não queira engravidar). Não há efeitos colaterais mas a mulher precisa de vários meses de observação até que conheça bem a técnica.
Mulheres que têm pouco muco ou dificuldade em identificar não devem utilizar esse método, como também as que têm corrimentos freqüentes e as que por questão de saúde, não podem engravidar.
EFICÁCIA: o fracasso varia entre 2 a 25%
CAMISINHA:
Camisinha, condom ou preservativo é uma capa de borracha,muito fina, utilizada pelo homem. Ela funciona impedindo que os espermatozóides subam através do colo do útero.
A camisinha deve ser desenrolada no pênis ereto antes de qualquer contato com a vagina. É preciso retirá-la imediatamente após a ejaculação, segurando as bordas para impedir que os espermatozóides entrem em contato com a vagina.
É preciso usar uma camisinha nova a cada relação.
Somente homens que têm problemas na uretra (epispádia e hipospádia) não devem usá-la. A camisinha pode causar alergia e irritação vaginal. O preservativo protege contra doenças no colo do útero, não faz mal à saúde, pode ser comprada em farmácias e o mais importante: protege contra doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS.
EFICÁCIA: o fracasso varia entre 03 a 12%
DIAFRAGMA:
Diafragma é um anel flexível coberto no centro com uma membrana de borracha fina. Ele funciona como uma barreira impedindo a entrada dos espermatozóides, pois é colocado na vagina, cobrindo o colo do útero.
A utilização do diafragma requer muita disciplina da mulher: primeiramente deve-se procurar um médico para que ele indique o tamanho correto e também para observar se não há perfurações ou rachaduras.
Após ter em mãos o diafragma certo é preciso cuidar para que ele dê a proteção esperada:
• usar sempre espermicida;
• colocá-lo (com espermicida) 15 a 30 minutos antes da relação;
• retirá-lo 6 a 8 horas após a relação sexual;
• não realizar ducha vaginal após o ato sexual;
• após tirar o diafragma, lavá-lo com água e sabão neutro, enxaguar, secar e guardar no estojo.
Mulheres que usam o diafragma podem ter irritação vaginal, reação alérgica, dor na relação ou infecção urinária. No entanto ele protege contra doenças do colo uterino, não interfere no ciclo menstrual e não diminui o prazer sexual.
Quem tem alergia a borracha ou espermicida, que tem bebê recém-nascido (com menos de 8 semanas) ou que não gosta de tocar em seus genitais não devem usar o diafragma como método anticoncepcional.
ESPERMICIDA:
Espermicidas são produtos químicos em formas de geléia, cremes, espumas e óvulos que se colocam na vagina. Eles matam ou deixam sem ação os espermatozóides, impedindo a entrada deles no colo do útero. Agindo assim evitam a gravidez e também protegem contra algumas doenças ginecológicas, como infecções vaginais.
A utilização dos espermicidas, além de necessitarem de disciplina no uso é mais eficaz quando utilizado com a camisinha ou o diafragma.
Eles devem ser colocados antes de cada relação e podem chegar a interferir na relação por causa da mudança de cheiro ou umidade. É preciso cuidado, pois podem causar irritação na vagina ou no pênis.
Para cada tipo de espermicida há uma utilização diferente:
• COMPRIMIDOS E ÓVULOS: devem ser colocados na vagina 15 minutos antes do início da relação.
• GELÉIAS, CREME E ESPUMA: precisam de menos ou nenhum tempo de espera.
IMPORTANTE: devem ser colocados antes de cada relação sexual.
Usar os espermicidas não é aconselhado para mulheres que tem alergia ao espermicida, que não quer mais filhos e que não podem ficar grávida por motivos de saúde.
PÍLULAS:
As pílulas são hormônios (substâncias químicas) parecidos com hormônios que a mulher possui em seu corpo e que provocam mudanças no funcionamento do aparelho genital: impedem a ovulação (saída do óvulo). Produzem também alterações no muco cervical, no endométrio e na movimentação das trompas.
Existem 2 tipos de pílulas:
Minipílula:
Feita com apenas um hormônio – Progesterona (em pequenas doses). Ela é tomada todos os dias, sem intervalo. É indicada especialmente para o período de amamentação.
Pílulas Combinadas:
Feitas com 2 tipos de hormônio – Estrógeno e Progesterona.
Toma-se o primeiro comprimido no quinto dia da menstruação e continua tomando até o fim da cartela (sempre no mesmo horário). Quando a cartela acaba fica-se sete dias sem tomar e volta no oitavo dia com uma cartela nova. A menstruação virá nesse intervalo de sete dias de descanso.
A utilização das pílulas reduzem as cólicas, regularizam as menstruações e protegem contra algumas doenças ginecológicas, incluindo alguns tipos de câncer. Mas é preciso muita disciplina e constância no uso.
Mulheres que não devem usar a pílula:
• tem mais de 40 anos;
• é fumante e tem mais de 35 anos;
• suspeita ou está grávida;
• tem menos de 40 dias pós-parto;
• possui alguma anormalidade no exame ginecológico;
• tem sangramento vaginal entre as menstruações;
• tem ou já teve hipertensão, diabetes, hepatite, cardiopatia, câncer, varizes (as pílulas podem aumentar), derrame cerebral, infarto, angina, glaucoma, pneumonia crônica, doença do fígado, obesidade, enxaqueca.
O uso das pílulas podem vir a causar náuseas, mal estar gástrico, mudança de peso, dor de cabeça, tontura, diminuição das menstruações, acne, dor mamaria, sangramento entre as menstruações, irritabilidade, ‘alterações emocionais ou da libido. A pílula pode ter efeito diminuído se a mulher tem diarréia ou se usa outros remédios como por exemplo calmantes.
IMPORTANTE:
ESQUECEU DE TOMAR UM DIA:
deve-se tomar no dia seguinte e continuar a cartela, portanto nesse dia a mulher tomará dois comprimidos.
ESQUECEU DE TOMAR DOIS DIAS:
jogar a cartela fora, esperar a menstruação e recomeçar a tomar no quinto dia da menstruação. Enquanto a menstruação não vem, deve-se utilizar métodos de barreira (camisinha, por exemplo).
PROCURAR O MÉDICO:
caso tenha sangramento entre as menstruações por mais de dez dias, pois um pequeno sangramento é comum nos primeiros meses de uso com pílulas de baixa dosagem.
EFICÁCIA: com uso correto, o fracasso varia entre 0,1 a 3%
INJEÇÕES:
São hormônios injetáveis, que podem ser mensal ou trimestral. Na aplicação mensal é injetado dois hormônios (estrógeno e progesterona), enquanto que na trimestral é aplicado somente o progesterona.
Esse método funciona impedindo a ovulação, provoca alterações no muco cervical e alteração no endométrio.
As injeções são bastante eficazes, não interferem nas relações sexuais e só necessita que a mulher se lembre da data da nova aplicação.Como a mulher recebe doses altas de hormônio é preciso estar atenta aos efeitos colaterais que são: falta de menstruação; menstruações mais longas ou sangramentos entre as menstruações; aumento de peso; dores de cabeça; demora vários meses para poder ficar grávida depois de suspender o uso.
Existe algumas precauções quanto ao uso, portanto não devem utilizar as injeções quem tem câncer no seio ou ginecológico; quem tem sangramento vaginal anormal; problemas no coração; doença no fígado; quem não teve filho, quem não pode tolerar a falta de menstruações; quem está grávida ou suspeita estar.
EFICÁCIA: o fracasso varia de três a quatro pessoas entre mil.
D.I.U. (DIAFRAGMA INTRA UTERINO)
O DIU é um aparelho que é colocado dentro do útero da mulher. O mais usado é o T de cobre que afeta os espermatozóides, matando-os ou diminuindo sua movimentação. Altera também o muco cervical, a cavidade uterina e a movimentação das trompas.
Deve ser colocado durante a menstruação e dura pelo menos quatro anos. Pode aumentar a quantidade e a duração do sangramento menstrual como também provocar anemia, cólicas, inflamações ginecológicas e corrimentos.
A principal vantagem do DIU é que não exige disciplina da mulher. É um método eficaz, reversível (a mulher pode ficar grávida quando retirar o aparelho), não interfere nas relações sexuais e pode ser usado durante a amamentação. A mulher não pode esquecer que para colocar e retirar o DIU é preciso de intervenção médica.
Não devem usar:
• quem está grávida ou suspeita estar;
• quem tem ou já teve infecção nas trompas;
• quem tem anormalidades no útero;
• quem tem menstruações muito abundantes;
• quem já teve uma gravidez nas trompas;
• quem tem anemia;
• quem tem câncer ginecológico;
• quem tem sangramento vaginal de origem desconhecida;
• quem nunca teve filho;
• quem tem alergia ao cobre;
• quem tem risco de contrair uma doença sexualmente transmissível.
EFICÁCIA: Para os dois tipos de DIU:
• Tcu 200 – o fracasso varia de 1-5%
• Tcu 380 – o fracasso varia de 0,3 a 1%
VASECTOMIA:
A vasectomia é uma operação realizada nos homens que consiste em cortar os canais deferentes para evitar que os espermatozóides possam se unir com o óvulo. É feito um pequeno corte nos testículos, usando anestesia local – dura cerca de 20 minutos.
Essa cirurgia não é aconselhada para homens que não têm certeza de que não querem mais ter filhos, para solteiros e também no caso de ter menos de 35 anos (a não ser que seja casado e a gravidez implique em arriscar a saúde da mulher ).
A operação é bastante segura, não interfere nas relações e nem no desejo sexual e também não é mais necessário se preocupar com outros métodos anticoncepcionais.
Como toda cirurgia, a vasectomia possui algumas desvantagens:
• É irreversível e permanente, portanto a decisão por vasectomia precisa ser bem pensada pelo casal;
• Não oferece proteção imediata por isso é necessário utilizar, por um tempo, outros métodos até que os espermatozóides armazenados sejam expelidos (30 ejaculações);
• O homem pode sentir um pouco de desconforto durante e depois da cirurgia;
• Depois da operação pode ocorrer infecções – que são tratadas pelo médico.
EFICÁCIA: o fracasso varia de 3 pessoas entre mil por ano.
LIGADURA DE TROMPAS:
A Ligadura de Trompas é uma cirurgia, realizada na mulher, através da qual são amarradas e cortadas as trompas impedindo que o óvulo se encontre com o espermatozóide.
É feita por via vaginal ou abdominal com anestesia local ou de bloqueio(peridural ou raquídea) – depende do método da cirurgia. Normalmente a mulher é internada para realizar a operação.
Por ser um método bastante eficaz e irreversível, algumas mulheres devem pensar muito antes de fazer ligadura de trompas:
• as que tem menos de 35 anos (ao menos que tenha problemas de saúde);
• se é solteira;
• se não tem filhos ou tem certeza de que não quer ter mais.
EFICÁCIA: o fracasso varia de quatro mulheres entre mil.
Referências:
Informações fornecidas pelo CEMICAMP – Centro de Pesquisas e Controle de Doenças Materno -Infantis de Campinas – Unicamp, através da Enfermeira Padrão Rosane Ferreira Garcia Prado – Serviço de Obstetricia – CAISM.